sábado, 20 de agosto de 2011

Dialética da Globalização Capitalista



Na era do capitalismo e da economia de mercado um fenômeno impressiona o mundo, por sua força em se espalhar e perpetuar um sistema de produção e de livre circulação de mercadorias. Estou falando da globalização, este fenômeno que está alavancando o enriquecimento de muitas nações e dando uma cara nova as trocas de informações. Com o transporte de mercadorias e capital a uma velocidade cada vez maior e com muito mais dinamismo o capitalismo perdeu qualquer barreira antes erguida por modelos protecionistas e pela bipolarização da economia, entre capitalistas e socialistas. A partir da queda do muro de Berlim que dividia o mundo entre o ocidente capitalista e oriente socialista uma nova frente geográfica foi aberta expandindo a economia de mercado para todo globo. A china comunista modernizou seu parque industrial e aderiu à economia de mercado se transformando ao lado dos EUA nas locomotivas do crescimento e sustentação do capitalismo.




O mundo se transformou em um único mercado mundial onde o capital circula por bolsas de valores em todos os países. Um investidor capitalista Inglês, por exemplo, pode depositar seu capital em uma empresa na nova Zelândia ou na indonésia sem precisar sair de sua cidade. Grandes corporações econômicas espalham seus tentáculos sobre todos os países, tendo poder para influenciar políticas internas estatais em seu proveito. O modo de produção capitalista de divisão do trabalho se espalhou por todos os continentes graças à globalização da economia patrocinada por impérios capitalistas como EUA, Inglaterra, França Alemanha e Japão. O sistema capitalista modificou então a sociedade e a cultura do mundo, transformando todas as culturas numa aldeia global de troca informações, tecnologias e mercadorias. O capitalismo também é visto como um processo civilizatório por vários pensadores. Nações que eram antes subdesenvolvidas hoje não são tão coadjuvantes no cenário mundial como eram antes.
O capitalismo sobrevive e tira sua forças da exploração da mais valia do trabalhador e tragando fugazmente os recursos materiais disponíveis na natureza. Tudo se transformou em mercadoria, a arte é mercadoria, cultura é mercadoria e o próprio trabalho é vendido como uma mercadoria. O trabalhador não tendo mais posse dos meios de produção e de terras para o plantio não tem outra alternativa a não ser vender sua força de trabalho para uma empresa possuidora do meios de produção necessários. As cidades crescem cada vez mais, os pequenos produtores do campo são trocados por grandes produtores mecanizados que precisam cada vez menos de mão de obra humana; com isso as cidades se entopem cada vez mais e o campo se esvazia - assim podemos ver e acompanhar na china. Com a exportação do modelo de produção capitalista para todo o mundo, os problemas e as contradições deste sistema também foram juntos. Nações modernas já bem avançadas historicamente no modo de produção capitalista já não aceitam serem exploradas a custo de pouca remuneração, situação esta que fez o capital tirar suas fabricas da Europa e da America para países como Índia, China, Brasil e Indonésia onde podem pagar salários menores que pagavam em seus países de origem acumulando assim um maior lucro minimizando os custos. Esta uma das principais características do capitalismo, classificar o Trabalho apenas como um custo na produção de mercadorias fazendo com que políticas de menores custos de produção sejam iguais a menores salários para os trabalhadores.
O aumento das riquezas das nações promovidas pelo capitalismo não resultou, entretanto no aumento da qualidade de vida das populações locais, com exceção dos países europeus de primeiro mundo que alcançaram com suas sociais democracias índices de qualidade de vida bastante altos. No restante do mundo muitos países vivem como no inicio do capitalismo em meados do século XIX, com trabalhadores extremamente explorados pelo capital com qualidade de vida a níveis baixíssimos. Enquanto nações se sujeitarem a exploração de grandes corporações para atraírem investimentos a humanização deste sistema se tornará cada vez mais difíceis, pois se um Estado coloca freios a exploração outros quatro lhe recebem de braços abertos a qualquer custo, fazendo deste círculo vicioso um fenômeno social sem fim.
Com a globalização a alienação promovida pela divisão e especialização da produção também são espalhadas por todo globo. Para a globalização não existem fronteiras, não existem países, existe apenas um mercado global onde a produção de bens de consumo e o lucro são os principais propósitos de países e pessoas. E tudo que venha a ser empecilho e barreira para o livre movimento do capital pelo mundo é algo a ser combatido pelos tentáculos das grandes corporações ligadas a organizações mundiais como a União Européia, a Organização das Nações Unidas o FMI e o Banco mundial, entidades de representação do modelo vigente. A única força capaz de ir contra o modelo capitalista são as próprias crises criadas por este sistema. Quando uma nova crise surge no mundo também surgem varias idéias de como transformar este sistema e até mesmo mudá-lo drasticamente. Com as crises os Estados Nacionais se fortalecem ante ao mercado, neste eterno jogo de força de poder entre o Estado e a Economia. Mas com as crises superadas o liberalismo vem com tudo novamente tentando retirar as barreiras impostas pelos estados para regulamentar à economia. O capitalismo globalizado é assim, uma selva onde predadores engolem predadores mais fracos e que o jogo do poder econômico avança a níveis nunca antes visto. A tecnologia parece não estar a serviço do bem estar humano e sim a serviço de alguns que lucram em cima do trabalho alheio. Esta característica peculiar do sistema capitalista globalizado que pra mim se mostra sua principal face; enquanto como coletivo conquistamos mínimas conquistas, burgueses conquistam grandes somas de dinheiro.










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